4 perguntas sobre a Alfabetização e a BNCC
Especialistas esclarecem dúvidas sobre pontos do documento.
Alfabetização em dois anos, consciência fonológica e campos de atuação: a BNCC propõe mudanças para o processo de alfabetização que ainda gera dúvidas entre os educadores.
Mazé Nobrega, consultora em metodologia de Língua Portuguesa, e, Sônia Madi, especialista em alfabetização, leitura e escritura participaram de um bate-papo de NOVA ESCOLA transmitido pelo Facebook e responderam algumas dessas questões.
Veja as principais:
1 O que diz a BNCC sobre a alfabetização em 2 anos?
A Base orienta que a alfabetização ocorra agora nos dois primeiros anos. Na prática, o aluno de até 7 anos deverá desenvolver noções de leitura e escrita. Já outros campos da linguagem, como a ortografia, serão trabalhados no 3 ano, ou até os 8 anos de idade. Esse modelo proposto pela Base já é acompanhada por várias escolas, públicas e privadas. Mazé sugere que deve haver calma no processo inicial de dois anos de alfabetização para entender o que exatamente as crianças conseguirão assimilar nesse tempo.
2 O que a Base diz sobre o material a ser usado em aula?
Buscando aproximar aspectos práticos do dia a dia à aprendizagem, a Base explícita que exemplos a ser usados durante o aprendizado façam parte do cotidiano do aluno. Deve-se evitar exercícios pensados apenas para a sala de aula ou muito fora da realidade do aluno. Levar em conta e observar as especificidades de cada turma também pode ajudar o professor a se programar para as aulas.
3 A Base propõe um trabalho de consciência fonológica?
Sim, e considera um aspecto importante durante a alfabetização, trabalhar a percepção dos sons de cada palavra ajuda a desenvolver a capacidade de consciência fonológica no aluno. Além disso, exercitar essa prática ajuda o professor a identificar as dificuldades da turma e a se planejar sobre quais habilidades deverão ser usadas.
4 Com ficam as atividades lúdicas?
Durante o processo de alfabetização, o ideal é que haja um equilíbrio entre atividades mais repetitivas e outras mais lúdicas, como as brincadeiras. “Temos que pensar em aproximar todas as formas e em manter as práticas lúdicas”, explica Sônia. A BNCC estabelece seis direitos de aprendizagem entre crianças de 0 a 5 anos. São eles: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. Os aspectos lúdicos são, assim, fortemente indicados a serem parte da rotina das crianças de forma diversificada e variada.